Uma veia se levanta e ergue um rio de cores e flores onde nadam tantas coisas que sangue é apenas fluido de emoção para o coração e os órgãos respirarem. O resto é verde, da cor das folhas do cerrado depois da primeira chuva. Vermelho, laranja, roxo, rosa e dourado como o pôr do sol dos dias frios em que o céu toma uma infinidade de cores improváveis. Cinza e prateado como a lágrima e a fita da sandália da moça bonita que dança dança dança, rodopia no funil do ciclone, quando o temporal se acha bailarina...
Relógios parados enfeitam as paredes e correm nelas bicicletas, patins, bolinhas de gude, pipas, pranchas, asas deltas, gamas, betas, alfas... sem ninguém na frente, só as coisas personificando universos impossíveis mas que aqui existem sem tantas amarras do pode ser...
QUE NÃO SEJA SENDO!!!
Um céu sentando na nuvem que cai em cachoeira dentro da menina que muda de cor, no olho do furacão doce, lento e macio, como a brisa fresca da mais gostosa noite de verão do pólo sul, a oeste da grama rosa de algodão doce...
E por que não? Afinal, aqui tudo PODE, tudo QUER, todo NÃO é AO CONTRÁRIO e todo contrário é mais belo que o feio jamais visto, tocado ou lembrado...
Perspectivas se cruzam perpendiculares, côncavas e convexas, sem lentes, apenas para passear!
Passam passageiros e ninguém vê ninguém só sente, e se move, e toca o inexistente nesse mundo mágico de não ser sendo pra não ter que ser alguma coisa que de tanto tentar nunca é...
Texto de minha autoria numa tarde triste e ociosa... Carolina Gobbi - Outubro de 2012
2 comentários:
O fato de não ser já se é algo e assim a negativa é a afirmação mais verídica.
Curto muito esse texto.
Obrigada, lindo... seus textos normalmente me intrigam, um elogio de vc diz mais q só palavras!
Postar um comentário