De todas as cores a mais tola é a branca. Branco tá em todo lugar e é tão cor quanto Preto em sua ausência de cor. Luz, matiz, tanto faz... Preto e Branco são todas as cores mas mergulha neles a ausência, o vazio, o monotonamente comum. Até Cinza é mais cor que isso!
O Branco cansa, engole, domina e não tem voz. Ele só PODE. Pode tudo sozinho, misturado ele não é mais..!
Ele sufoca, castra. Ele determina os limites, ele gosta dessa sua missão de Bedel das cores e carrega a arrogância das almas NÃO prontas, NÃO vividas, NÃO sentidas.
O Branco é puro imaculado! O casto! O sem crimes nem pecados! O sem vida!
Ele é bruto, grosso, dono de todas as verdades e normas e é doce, suave, confortável, disponível... Fácil... O Branco é a arrogância da solidão da prostituta! A prostituta carrega todas as cores e nenhuma! A menina, a mulher solitária e a bailarina têm as cores que o Branco não respeita. A prostituta carrega o desrespeito. O Branco é a arrogância do medo!
É tudo isso até cruzar a primeira cor! Aí vem a mácula, aí vem o escárnio... em sua alma de puta o Branco chupa a cor até ela perder vida, cansa explora, fode com a cor e depois declara: Melhorei ela, suavizei!
O Branco é a puta do Preto. Filho de puta não nega o pai, filho de Preto com Branco é Cinza, e Cinza é cor! Cinza carrega curiosidade, carrega vida, melodia... Tá bom que não é um Vermelho, um Azul, um Amarelo vivos ou mortos mas Cinza é a cor das sandálias da bailarina. Quer mais vida!!?
Cinza é a vida escondida, inesperada... Cinza é a salvação do Branco!
4 comentários:
Nunca havia olhado por esse lado. Lindo e exato.
Obrigada! A intenção foi brincar com óbvio para desconstruí-lo. Seu comentário me faz acreditar que eu consegui ;)
Gostei!
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