
Aline de Oliveira
Tem coisas que realmente são boas demais pra ser verdade.
Por um instante o brinquedo de papel marché creu que realmente nada poderia desbotá-lo.
Ele creu na esperança, aceitou a realidade da ilusão
E deixou-se invadir e inundar tingindo-se das radiantes cores da alegria e do sonho que parecia tão real.
Nunca fora tão feliz.
O brilho dos seus olhos, qual um farol, poderiam iluminar qualquer escuridão, afastando toda tristeza...
Foi-se o riso...
O brilho dos olhos se esvaiu...
O colorido brinquedo de papel marché desbotou.
O que houve?
Será que não era mesmo pra ser?
E se era pra acabar, pra que começar?
Dúvidas que vieram tingir de cinza solidão os dias que eram coloridos pelas radiantes cores da alegria.
Foi-se o canto, resta o pesar.
A necessidade de consertar...
Necessidade desconcertante...
Necessidade frustante...
Necessidade que não vai dar para saciar...
Necessito.
Necessito mesmo?
Não.
Eu sei que não... mas quero ter a ilusão.
Pra que?
Ora se eu não quero saber que te interessa perguntar-me.
A doçura esquivasse ante a presença agressiva do desprezo...
Tenta contra-argumentar, ou pelo menos suavizar um pouco as coisas, mas o desprezo e a impassividade não costumam andar sozinhos, geralmente trazem companhia, e a doçura finalmente é vencida.
Doçura vencida, sai de cena e chora pelo brinquedo de papel marché que fora desbotado...
A doçura não pode agir sozinha... sente-se frustrada, fracassada, pois não consegue impedir a fúria da impulsividade nem o ímpeto da dúvida... e após a devastação causada pela rejeição, doçura sente-se tão fraca que não é capaz sequer de acalentar o pequeno, frágil, só e desbotado brinquedo de papel marché.
Um comentário:
texto sutil, leve, doce e cheio de metaforas é assim que eu gosto, é assim que deixa a leitura gostosa!
sem contar que vc sempre deixa os seus textos alem do que se lê!
x}
eh bom dá a interpretação que imaginamos a aquilo que só vc realmente sabe o que é!
parabens mais uma vez!
beijooooooooooooooo
e tudo de bom!
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